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Gr�mio ganha a concorr�ncia do Corinthians por Soteldo

A equipe ga�cha tamb�m est� negociando a compra do volante Dodi, de 27 anos de idade

O Gr�mio acelera o ritmobetmotion 5 reaisbusca de refor�os para 2024. O Tricolor ga�cho est� encaminhando a contrata��o do venezuelano Soteldo, do Santos.

A equipe ga�cha negocia um empr�stimo do jogador por um ano, com passe fixado. Soteldo tem contrato com o Santos at� junho de 2027, mas como a equipe paulista foi rebaixada, ter� que cortar parte debetmotion 5 reaisfolha salarial.

Nas �ltimas horas, por�m, o Corinthians tamb�m entrou na briga pelo jogador. Conforme noticiado pela imprensa paulista, a equipe alvinegra teria igualado a proposta salarial do Tricolor.

Al�m disto, a equipe do Parque S�o Jorge estaria disposta a assumir uma d�vida de R$ 15 milh�es que o Santos tem com o Tigres, do M�xico. A equipe santista, por outro lado, exige uma compensa��o financeira.

Pesa a favor do Gr�mio na negocia��o uma "compra casada". Isto porque o time ga�cho tamb�m est� negociando a compra do volante Dodi, de 27 anos de idade.

O jogador deve definir o futuro nos pr�ximos dias.

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    Katia Rubio

    Professora Assistente da Escola de Educa��o F�sica e Esporte do Universidade de S�o Paulo.

    Psic�loga, mestrebetmotion 5 reaisEduca��o F�sica e doutoranda pela Faculdade de Educa��o da USP Conselheira efetiva do Regional 06

    A Psicologia do Esporte vem se somar � Antropologia, Filosofia e Sociologia do esporte compondo as chamadas Ci�ncias do Esporte.

    Implicadabetmotion 5 reaisseus prim�rdios com aspectos mais biol�gicos, hoje, a Psicologia do Esporte vem estudando e atuandobetmotion 5 reaissitua��es que envolvem motiva��o, personalidade, agress�o e viol�ncia, lideran�a, din�mica de grupo, bem-estar de atletas caracterizando-se como um espa�o onde o enfoque social, educacional e cl�nico se complementam.

    Que a Psicologia enquanto ci�ncia e profiss�o tenha ampliado seus horizontes, dividindo espa�obetmotion 5 reaisterrit�rios exclusivos de outros profissionais ao longo dessas �ltimas d�cadas, n�o se constitui uma novidade.

    Isso pode ser visto como reflexo de um movimento que busca facilitar o di�logo entre �reas que se aproximam, mas que mant�m cada qual abetmotion 5 reaisespecificidade.

    No caso do esporte essa din�mica se repete, uma vez que a Psicologia do Esporte vem compor um espectro denominado Ci�ncias do Esporte, compostas por disciplinas como antropologia, filosofia e sociologia do esporte, no que se refere � �rea s�cio-cultural, incluindo tamb�m a medicina, fisiologia e biomec�nica do esporte, demonstrando uma tend�ncia - e uma necessidade - � interdisciplinaridade.

    Essa tend�ncia, contudo, n�o representa uma pr�tica inter-disciplinar, ainda, uma vez que as diversas sub-�reas convivem enquanto soma, mas n�obetmotion 5 reaisrela��o, fazendo com que as Ci�ncias do Esporte vivam hoje um est�gio denominado por Bracht (1995) de "pluridisciplinar".

    Temas como motiva��o, personalidade, agress�o e viol�ncia, lideran�a, din�mica de grupo, bem-estar psicol�gico, pensamentos e sentimentos de atletas e v�rios outros aspectos da pr�tica esportiva e da atividade f�sica t�m requerido estudo e atua��o de profissionais da �rea, visto que o n�vel t�cnico de atletas e equipes de alto rendimento est� cada vez mais equilibrado, sendo dada �nfase especial � prepara��o emocional, tida como o diferencial.

    Apesar da defini��o que apresentamos de campo e pap�is, nem sempre foi clara a abrang�ncia da psicologia do esporte.

    Samulski (1992), afirma que no final do s�culo XIX j� era poss�vel encontrar estudos e pesquisas relativas a quest�es psicofisiol�gicas no esporte, por�m, conforme De Rose Jr.

    (1992) ainda que houvesse estudos no campo do comportamento humano relacionado � atividade f�sica e ao esporte esses dois aspectos foram estudados durante muito tempo sob o t�tulo de psicologia do esporte, sem que houvesse uma defini��o exata do que fosse essa �rea de estudo e qual seu verdadeiro objetivo.

    Foi na d�cada de 20, de acordo com Machado (1997), que encontramos as publica��es de Schulte (Corpo e alma no desporto: uma introdu��o � psicologia do treinamento) e de Griffith (Psicologia do treinamento e Psicologia do atletismo) vindo, este segundo, a fundar o primeiro laborat�rio de pesquisa aplicada ao esporte nos Estados Unidos.

    Enquanto no Ocidente muito tempo se passou at� que fosse dada maior destaque ao estudo e pesquisa na �rea, na antiga Uni�o Sovi�tica m�todos e t�cnicas eram desenvolvidos para incrementar o rendimento de atletas e equipes.

    Durante os anos 60 a Psicologia do Esporte vive uma fase de grande produ��o e a rela��o de nomes como Cratty, Oxendine, Solvenko, Tutko, Olgivie, Singer e Antonelli, que marcaram a hist�ria da �rea com contribui��es voltadas para a psicologia social na atividade f�sica e esporte, culminandobetmotion 5 reaisv�rias publica��es que influenciam trabalhos at� os dias de hoje (Wiggins 1984; Willians et al, 1991).

    Foi tamb�m durante esse per�odo que se organizou a primeira institui��o com o objetivo de congregar pessoas interessadas na psicologia do esporte.

    Surgiu, ent�o, a International Society of Sport Psychology (ISSP), presidida pelo italiano Ferruccio Antonelli, que al�m de ter como principal publica��o o International Journal of Sport Psychology, passou a realizar reuni�es bienais com o objetivo de divulgar trabalhos na �rea, al�m de promover o interc�mbio entre os investigadores.

    Preocupados com distanciamento que a ISSP vinha tomando da �rea acad�mica, um grupo de pesquisadores fundou,betmotion 5 reais1968, a North American Society for the Psychology of Sport and Physical Activity (NASPSPA), cujo foco de estudo e atua��o reca�a sobre aspectos do desenvolvimento, da aprendizagem motora e da psicologia do esporte, tendo como principal peri�dico o Journal of Sport and Exercise Psychology.

    Mais do que demarcar posi��es, essas distens�es vieram a refletir,betmotion 5 reaiscerta medida, o que vem se passando na Psicologia do Esporte nas �ltimas d�cadas.

    Martens (1987) afirmou que seria poss�vel ver profissionaisbetmotion 5 reaisdois campos distintos de atua��o: no primeiro deles estaria a Psicologia do Esporte acad�mica, cujo interesse profissional recairia sobre a pesquisa e conhecimento da disciplina Psicologia do Esporte; no segundo estaria a Psicologia do Esporte aplicada pr�xima do campo de atua��o e interven��o.

    Al�m das quest�es acad�micas envolvidas nesse debate (ou seria embate?) estas divis�es refletem a prepara��o e as possibilidades de atua��o dos profissionais junto a esse campo de atua��o, que se, por um lado representa um certo corporativismo, por outro indica a abertura de uma �rea.

    Observamos, assim, o surgimento e desenvolvimento de um campo denominado Psicologia do Esporte, muito pr�ximo da atividade f�sica e do lazer, sendo inclusive componente curricular dos cursos de Educa��o F�sica, por�m, mantendo um distanciamento da Psicologia enquanto 'ci�ncia m�e'.

    Apesar disso, temos assistido nesta �ltima d�cada a uma 'descoberta' da Psicologia do Esporte como �rea de atua��o emergente para psic�logos que, diante de uma demanda crescente, enfrentam grandes dificuldades para intervir adequadamente, j� que os cursos de gradua��obetmotion 5 reaisPsicologia ainda n�o formam nem qualificam o graduando para esta possibilidade de pr�tica.

    As V�rias �reas de Atua��o

    Como visto anteriormente, a psicologia do esporte, ainda que se utilize desta denomina��o n�o � um terreno exclusivo de psic�logos, isso porque a forma��o dos profissionais n�o � formalmente determinada.

    Brand�o (1995) observa que por ser disciplina regularmente oferecida somente na gradua��o dos alunos de Educa��o F�sica isto significa que o delineamento do que faz um profissional da Psicologia do Esporte e que forma��o ele necessita, ainda, n�o est�o claros.

    Prova disto, � que encontramos engenheiros, m�dicos, professores de Educa��o F�sica e profissionais de outra forma��o universit�ria, trabalhando e at� mesmo 'treinando mentalmente' atletas" (p.140).

    Mais do que uma defesa corporativista essa afirma��o vem refletir a dificuldade de constru��o e defini��o do papel profissional daqueles que se v�em atuando num campo marcado pelo empirismo.

    N�o � de se estranhar o grande n�mero de pessoas que, por conta de seu sucesso como ex-atleta tenha vindo a se tornar t�cnico ou treinador, mesmo sem uma prepara��o acad�mica adequada para isso.

    Ali�s, as quest�es relacionadas ao papel e identidade profissional (Tani, 1996) t�m sido uma das grandes discuss�es que envolve o mundo da Educa��o F�sica e Esporte na atualidade.

    Lesyk (1998) aponta quebetmotion 5 reais1983 o Centro Ol�mpico Americano indicou tr�s possibilidades de atua��o para os profissionais da �rea: o cl�nico, profissional capacitado para atuar com atletas e/ou equipes esportivas,betmotion 5 reaisclubes ou sele��es, cuja prepara��o espec�fica envolve conhecimentos da �rea de Psicologia e do Esporte, n�o bastando apenas a forma��obetmotion 5 reaisPsicologia ou Educa��o F�sica; o pesquisador, cujo objetivo � estudar ou desenvolver um determinado conhecimento na Psicologia do Esporte sem que haja uma interven��o direta sobre o atleta ou equipe esportiva; e o educador que desenvolve a disciplina Psicologia do Esporte na �rea acad�mica seja na psicologia, seja na Educa��o F�sica.

    Nos dois �ltimos casos n�o se exige forma��o espec�fica do profissional.

    Al�m da defini��o da possibilidade de atua��o profissional, Singer (1988) aponta para outros desdobramentos no campo de atua��o profissional do psic�logo do esporte, fornecendo os seguintes modelos: o especialistabetmotion 5 reaispsicodiagn�stico - faz uso de instrumentos para avaliar potencial e defici�nciasbetmotion 5 reaisatletas; o conselheiro - profissional que atua apoiando e intervindo junto a atletas e comiss�o t�cnica no sentido de lidar com quest�es coletivas ou individuais do grupo; o consultor - busca avaliar estrat�gias e programas estabelecidos, otimizando o rendimento; o cientista - produz e transmite o conhecimento da e para a �rea; o analista - avalia as condi��es do treinamento esportivo, fazendo a intermedia��o entre atletas e comiss�o t�cnica; o otimizador - com base numa avalia��o do evento esportivo busca organizar programas que aumentem o potencial de performance.

    Diante da diversidade de atua��es � de se esperar que o profissional que atuabetmotion 5 reaisPsicologia do Esporte tenha tamb�m uma diversidade de forma��o.

    Al�m do conhecimento espec�fico trazido da Psicologia como o uso de instrumentos de diagn�stico e modelos de interven��o, espera-se e exige-se que o profissional tenha um vasto conhecimento das quest�es que permeiam o universo do atleta, individualmente, como no��es de an�tomo-fisiologia e biomec�nica, e espec�ficas do esporte, como as modalidades esportivas e regras, bem como din�mica de grupos esportivos.

    Esse corpo de conhecimento se faz necess�rio na medidabetmotion 5 reaisque se atua com indiv�duos e/ou grupos que t�mbetmotion 5 reaisdin�mica limitada pelo contexto vivido, ou seja, os treinamentos, as competi��es e a intera��o com um meio restritivo com per�odos de isolamento e concentra��o ou alojamentos conjuntos.

    Samulski (1992) destaca a necessidade de uma forma��o abrangente apontando como sendo quatro os campos de aplica��o da Psicologia do Esporte:

    O esporte de rendimento que busca a otimiza��o da performance numa estrutura formal e institucionalizada.

    Nessa estrutura o psic�logo atua analisando e transformando os determinantes ps�quicos que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo esportivo.

    O esporte escolar que tem por objetivo a forma��o, norteada por princ�pios s�cio-educativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer.

    Neste caso, o psic�logo busca compreender e analisar os processos de ensino, educa��o e socializa��o inerentes ao esporte e seu reflexo no processo de forma��o e desenvolvimento da crian�a, jovem ou adulto praticante.

    J� o esporte recreativo visa o bem-estar para todas as pessoas.

    � praticado voluntariamente e com conex�es com os movimentos de educa��o permanente e com a sa�de.

    O psic�logo, nesse caso, atua na primeira linha de an�lise do comportamento recreativo de diferentes faixas et�rias, classes - s�cio econ�micas e atua��es profissionaisbetmotion 5 reaisrela��o a diferentes motivos, interesses e atitudes.

    Por fim o esporte de reabilita��o desenvolve um trabalho voltado para a preven��o e interven��obetmotion 5 reaispessoas portadoras de algum tipo de les�o decorrente da pr�tica esportiva, ou n�o, e tamb�m com pessoas portadoras de defici�ncia f�sica e mental.

    Se at� aqui nos deparamos com o campo de atua��o profissional do psic�logo do esporte, falaremosbetmotion 5 reaisseguida do campo de interven��o junto a atletas individuais e equipes esportivas.

    Vale ressaltar que o que pretendemos aqui � uma apresenta��o dos temas relevantes e n�o a explora��o de cada um deles especificamente, visto a abrang�ncia da �rea e a qualidade, cada vez maior, da bibliografia, muitas vezes espec�fica, de cada um dos pontos levantados.

    Medidas de Avalia��o e Caracteriza��o Psicol�gica

    O estudo da rela��o entre tipo de personalidade e a escolha de uma modalidade esportiva tem sido objeto de estudo de um grande n�mero de pesquisadores (Fischer, 1984; Silva, 1984; Vealey, 1992; Weinberg & Could, 1995).

    Partindo, quase sempre, do conceito de personalidade enquanto diferen�a individual, os estudos nessa �rea s�o controversos e, por vezes, confusos, uma vez que, al�m da diverg�ncia sobre o que � personalidade - caracter�stica subjetiva ou comportamental? - no �mbito da Psicologia, temos, no Esporte uma ansiedade pela busca de um padr�o ou modelo que venha caracterizar o atleta de alto rendimento.

    Das quest�es relacionadas a m�todos e t�cnicas at� a rela��o entre tipologia e escolha e pr�tica de determinadas modalidades esportivas ainda n�o se chegou a respostas conclusivas ou explicativas suficientes para satisfazer a t�cnicos e atletas ou mesmo aos estudiosos do assunto.

    Diante dos v�rios modelos adotados no estudo da personalidade, Silva (1984) destaca tr�s perspectivas: a determinista - pouco adotadabetmotion 5 reaisPsicologia do Esporte, pr�xima da psicodin�mica que tem como refer�ncia autores como Freud, Jung, Adler; o tra�o - a personalidade dotada de caracter�sticas relativamente constantes que diferencia uma pessoa das demais, baseando-sebetmotion 5 reaisautores como Allport; e a interacional - que busca compreender a personalidade a partir da integra��o das influ�ncias pessoais com as do meiobetmotion 5 reaisque a pessoa est� inserida, tendobetmotion 5 reaisBandura um dos te�ricos referenciais.

    Essa �ltima perspectiva tem sido a mais adotadabetmotion 5 reaispesquisas na �ltima d�cada.

    Um dado comum nos estudos relacionados a esse assunto � que ainda que a personalidade seja caracterizada pela composi��o individual dos tra�os de um sujeito, no esporte esse assunto ganha contornos pr�prios quando encontramos um perfil comum naquilo que se refere � conquista e ao �xito.

    Intrigados por essas quest�es Messias & Pelosi (1997) realizaram um estudo onde se evidenciou que ainda que existam in�meras diferen�as individuais, h� um perfil comum a atletas que apresentam caracter�sticas como auto-confian�a, melhor concentra��o, preocupa��o positiva pelo esporte, determina��o e compromisso.

    De acordo com Vealey (1992) o est�gio atual de conhecimento na �rea tem demonstrado uma preocupa��obetmotion 5 reaisdescrever caracter�sticas psicol�gicasbetmotion 5 reaisatletas, a influ�ncia da personalidade no comportamento esportivo, bem como transforma��es da personalidade, e baseado numa vasta revis�o bibliogr�fica aponta algumas conclus�es gerais sobre as pesquisas realizadas na �rea.

    N�o h� evid�ncias, pelos estudos, de que exista uma "personalidade de atleta".

    As pesquisas n�o s�o conclusivas sobre a exist�ncia de um tipo de personalidade que distinga atletas de n�o-atletas.

    Tamb�m n�o s�o conclusivos os estudos que apontam para as diferen�as entre personalidade e os sub-grupos esportivos (esporte individual x esporte coletivo, esporte de contato x esporte de n�o contato).

    O autor destaca ainda que o sucesso no esporte pode influenciar a sa�de mental do indiv�duo, facilitando a pr�priocep��o positiva e produzindo estrat�gias cognitivas de sucesso, o que n�o representa mudan�a na personalidade tra�o.

    As diferen�as individuais na Psicologia do Esporte tamb�m s�o estudadas a partir de outros temas que n�o s� a personalidade.

    Outra quest�o que intriga psic�logos e pesquisadores relaciona-se ao motivo que leva um atleta � procura pelo esporte e a din�mica envolvida na ader�ncia a essa pr�tica.

    Numa defini��o cl�ssica do termo (Sage, 1977) motiva��o � entendida como a dire��o e intensidade de um esfor�o.

    No contexto esportivo a dire��o do esfor�o refere-se tanto � busca individual de um objetivo quanto aos atrativos de determinadas situa��es.

    J� a intensidade do esfor�o refere-se ao grau de energia que uma pessoa despende no cumprimento de uma situa��o particular.

    No entender de Weinberg & Gould (1995) ainda que pr�ximas, dire��o e intensidade, do ponto de vista te�rico, devem ser separadas.

    Ainda assim, a motiva��o pode afetar a sele��o, intensidade e a persist�ncia de um indiv�duo, que, no caso do esporte, interfere diretamente na qualidade da performance do atleta.

    Destacamos da literatura (Brawley & Roberts, 1984; Weinberg, 1984; Weinberg & Gould, 1995; Weiss & Chaumeton, 1992) que o n�vel de motiva��o de um atleta � determinado pela intera��o de fatores pessoais como personalidade, necessidades, interesses e habilidades, assim como fatores situacionais espec�ficos como facilidade na pr�tica, tipo de t�cnico ou orienta��o para a vit�ria ou fracasso da equipe.

    A aprecia��o dessas quest�es pode auxiliar na compreens�o de diferentes situa��es num mesmo jogo, j� que alguns atletas podem se sentir mais motivados se criticados ou punidos enquanto outros podem se frustrar, deprimir ou mesmo exprimir grande raiva.

    Samulski (1992) denomina os tra�os internos de motiva��o intr�nseca que consiste na capacidade desenvolvida pelo pr�prio atleta para a realiza��o de um interesse.

    Esses determinantes podem ser designados como vontade, desejo, determina��o, que muitas vezes podem contrastar com situa��es externas adversas que dificultariam seu cumprimento.

    J� a motiva��o extr�nseca � aquela referenciadabetmotion 5 reaisfatores externos como o reconhecimento social, o elogio, premia��es que interferem e/ ou determinam uma conduta.

    O autor sustenta que para o esporte, especialmente para o esporte de alto rendimento, � de fundamental import�ncia o desenvolvimento da motiva��o para o rendimento.

    Por determinantes internos entende aqueles fatores de ordem subjetiva como n�vel de aspira��o, hierarquia de motivos, motiva��o do rendimento e atribui��es causais que podem interferir ou determinar o resultado de uma a��o �betmotion 5 reaispr�pria capacidade ou a seus pr�prios esfor�os.

    J� os determinantes externos est�o relacionados ao meio socialbetmotion 5 reaisque o atleta est� inserido e que se manifestam na forma de incentivos ou dificuldades e problemas.

    Ainda com rela��o ao que estamos denominando caracter�sticas e diferen�as individuais, encontramos um grande n�mero de trabalhos voltados para o estudo da ansiedade e do stress no esporte (Brand�o & Matsudo, 1990; Davids et al, 1995; De Rose Junior & Vasconcellos, 1997; Gould & Krane, 1992; Hackfort & Schwenkmezger, 1993; Martens et al, 1990; Sonstroem, 1984).

    Esses conceitos - e estados - de dif�cil descri��o, por�m percept�veisbetmotion 5 reaisqualquer situa��o competitiva, tamb�m n�o s�o consensuais entre psic�logos e pesquisadores.

    � comum ouvir relatos de atletas onde h� uma percep��o da performance sendo afetada pelo que chamam ansiedade ou excita��o antes e durante as competi��es, e para poder controlar essas situa��es desenvolvem as mais variadas estrat�gias.

    O que encontramos na literatura � a necessidade de um estado m�nimo de disposi��o para a competi��o chamada de ativa��o, havendo uma rela��o pr�xima entre o n�vel de ativa��o - que tamb�m envolve ansiedade - e performance.

    Mesmo que os pesquisadores n�o sejam capazes de especificar qual o n�vel �timo de ativa��o sabe-se que ela � necess�ria e vari�vel de atleta para atleta.

    Ansiedade � definida por Could & Krane (1992) como o impacto emocional ou dimens�o cognitiva da ativa��o.

    Sonstroem (1984) afirma que ansiedade tem sido estudada no esporte partindo de seus efeitos emocionais negativos.

    Por�m, a partir de estudos realizadosbetmotion 5 reaisfisiologia e psicologia tem-se demonstrado que um determinado tipo de ansiedade � necess�rio para a prontid�o na execu��o de algumas tarefas.

    Esse estado � chamado de ativa��o.

    Num texto cl�ssico da �rea Spielberg (1972) notou que para a teoria da ansiedade ser adequada � necess�rio diferenciar entre ansiedade como um estado de disposi��o de �nimo e como um tra�o de personalidade.

    O autor define ansiedade estado (A state) como um estado emocional caracterizado como subjetivo, consci�ncia da percep��o de sentimentos de apreens�o e tens�o, acompanhado pela associa��o com o sistema nervoso aut�nomo (p.17).

    Essa condi��o varia conforme o momento e flutua proporcionalmente para perceber como reagir dentro de uma situa��o imediata.

    Ansiedade tra�o (A trait), por outro lado, � um motivo ou h�bito - disposi��o comportamental - que predisp�e um indiv�duo a perceber uma ampla gama de circunst�ncias n�o-perigosas objetivamente como amea�adoras e para responder a isso com rea��es desproporcionais de ansiedade estadobetmotion 5 reaisintensidade e magnitude de perigo (p.7 7).

    O termo stress tem sido utilizado, muitas vezes, como sin�nimo de ansiedade.

    Martens (1977) afirma que stress � um processo que envolve percep��o de um desequil�brio substancial entre a demanda do meio e a capacidade de resposta, dentro de condi��es onde o fracasso � percebido como tendo importantes conseq��ncias sendo respondido com aumento de n�veis de ansiedade-estado (p.9).

    Esta afirma��o delineia o stress como um influ�ncia do meio mediada pela percep��o e ansiedade como manifesta��es cognitivas de stress.

    De acordo com o que foi exposto os conceitos de ativa��o, ansiedade e stress no esporte caminham lado a lado, e as discuss�es apontam no sentido de investigar qual o n�vel �timo -ou aceit�vel - para um bom desempenho, ou dir�amos, para a manuten��o de uma boa qualidade de vida para o atleta.

    Intera��o Social e Din�mica de Grupos Esportivos

    Estudiosos que se dedicam ao estudo dos grupos procuram destacar a diferen�a entre grupo e um conjunto de indiv�duos.

    Neste sentido, Andrade (1986) afirma que grupo � um conjunto de indiv�duos que se re�ne por ou para alguma coisa.

    � uma situa��o indeterminada com dois referenciais: um problema comum e o conhecimento entre as pessoas.

    Equipes esportivas v�m compor esse universo grupai na medida que se constituem, de acordo com Pichon-Rivi�re (1991), num espa�o de aprendizagem que implicabetmotion 5 reaisinforma��o, emo��o e produ��o, centrando-se, de forma expl�cita, numa tarefa e a participa��o atrav�s dela permite n�o s�betmotion 5 reaiscompreens�o, mas tamb�mbetmotion 5 reaisexecu��o.

    Na constitui��o dos grupos esportivos temos claro a necessidade da explicita��o daquilo que Pichon-Rivi�re (1991) chama de tarefa, que n�o � aqui apenas o movimento para o trabalho, mas a compreens�o de seu objetivo - aquilo que se poderia chamar de conscientiza��o - processo e finalidade.

    Sendo assim, as etapas de prepara��o para um torneio s�o, cada uma delas, uma nova tarefa, que compreendidas e incorporadas pelo atleta permitembetmotion 5 reaisexecu��o, de forma desalienada, podendo culminar no seu sucesso.

    Isso refor�a o pensamento de Rioux & Chappuis (1979) que observaram que toda equipe esportiva se apresenta como um paradigma da vida humana, distribu�dabetmotion 5 reaisminisociedades.

    T�cnicos e atletas,betmotion 5 reaistodas as dimens�es do rendimento, procuram dedicar boa parte do tempobetmotion 5 reaisbusca de conhecimento e aprimoramento de suas habilidades de comunica��o, coopera��o e de conviv�ncia mediadas por aquilo que �, sem d�vida, a maior qualidade das equipes: ser coesa, eficiente e eficaz.

    Autores como Loy & Jackson (1990), Widmeyer et al (1993) e Hanrahan & Gallois (1993) entre outros t�m postulado que uma equipe esportiva � mais que a soma de valores individuais e que o time com melhor performance n�o � composto, necessariamente, pelos melhores jogadores destacadosbetmotion 5 reaissuas fun��es, representando que n�o � apenas a qualidade individual que se necessita para formar uma equipe com probabilidade de �xito.

    O mais importante � a capacidade de coordena��o de cada um dos valores que entrambetmotion 5 reaisjogo - rela��es humanas, aspectos t�cnicos e t�ticos e determinantes biol�gicos - uma vez que o resultado somente se dar� com a soma desses valores.

    Ao abordar equipes esportivas Rubio e Sim�es (1998) referem-se n�o apenas ao conjunto de indiv�duos que se agrupam por dimens�es temporais e espaciais, mas ao complexo conjunto de fatos objetivos e subjetivos que tornam um grupo efetivo e desejoso de alcan�ar suas metas, sejam elas uma atua��o adequadabetmotion 5 reaisum partida, a vit�ria ou apenas uma boa coloca��obetmotion 5 reaisum campeonato.

    Uma quest�o importante, que se coloca hoje, � se o rendimento de uma equipe esportiva � t�o efetivo quanto abetmotion 5 reaiscomposi��o, incluindo a� talento coletivo, habilidades e capacidades individuais.

    As intera��es tornam-se mais complexas quando o n�mero de participantes do grupo aumenta, representando uma grande dificuldade para t�cnicos no trabalho com equipes esportivas.

    Na �tica de Russel (1993) a coes�o � tida pelos t�cnicos como a principal caracter�stica de uma equipe, o requisito mais importante para se obter sucesso, tendo no conflito externo um fator de incremento da coes�o interna.

    Para Carron (1982) coes�o � um processo din�mico que se reflete na tend�ncia do grupo de permanecer junto e se manter unido na busca de seus objetivos e metas.

    Nessa perspectiva o autor prop�e um modelo com quatro categorias que antecedem o desenvolvimento da coes�o:

    Determinantes Situacionais

    Refere-se a vari�veis impostas pelo meio que interferem diretamente na coes�o.

    Exemplos dessas situa��es s�o as renova��es de contratos, mudan�as nas regras da modalidade, pr�mios oferecidos por vit�rias.

    Al�m desses fatores quest�es como idade e origem podem desempenhar papel fundamental na aproxima��o dos membros da equipe.

    Fatores Pessoais

    S�o caracter�sticas individuais dos membros do grupo que podem interferir na coes�o.

    Inclui-se aqui a identifica��o com a tarefa e a auto-motiva��o.

    Estilos de Lideran�a

    � a complexa intera��o entre a lideran�a desempenhada pelo t�cnico e os atletas.

    Inclui o estilo de lideran�a e comportamentos apresentados e a rela��o com o grupo.

    Determinantes Grupais

    Refere-se �s caracter�sticas da tarefa identificadas nas modalidades individuais e coletivas, �s normas de produtividade do grupo, desejo de sucesso e estabilidade da equipe.

    Sendo assim, os grupos que permanecem juntos por longo tempo e t�m um forte desejo de sucesso apresentam n�veis mais elevados de coes�o.

    Por�m, o sucesso do grupo n�o reside apenas na coes�o.

    Russel (1993) afirma que o desenvolvimento da coes�o s� ser� efetivo se o grupo enquanto uma inst�ncia independente e auto-suficiente, possuir uma estrutura efetiva de lideran�a.

    De acordo com Martens (1987) a lideran�a efetiva � determinada pelo estabelecimento de objetivos e metas concretas, constru��o de um ambiente social e psicol�gico favor�vel, instru��o de valores e motiva��o dos membros para que se alcance os objetivos e metas e comunica��o com outros atletas.

    A lideran�a nos grupos esportivos apresenta-se de uma maneira um pouco mais complexa.

    Isso porque temos o l�der externo - na figura do t�cnico - e o l�der interno - representado, muitas vezes, pela figura do capit�o (Rubio, 1998).

    O reconhecimento desse movimento de dupla lideran�a pode representar o sucesso da equipe esportiva, uma vez que elas n�o se sobrep�em, mas se completam e complementam.

    T�cnico e capit�o desempenham pap�is distintos e complementares e ambos representam lideran�as.

    Em suma, lideran�a refere-se a influ�ncia que um indiv�duo exerce sobre seus companheirosbetmotion 5 reaistorno de um objetivo, representado no esporte pela rela��o t�cnico-atleta.

    Considera��es Finais

    Ao longo desse texto busquei apresentar e comentar aquilo que hoje vem chamando a aten��o de psic�logos enquanto uma �rea emergente de atua��o.

    Nem de longe ele apresenta a totalidade dos estudos e pesquisas, mas procura mostrar como muitos estudos j� foram realizados e que, portanto, j� s�o refer�ncias para uma reflex�o e pr�tica.

    A Psicologia do Esporte, como �rea de produ��o acad�mica e de atua��o profissional, tem ainda um longo caminho a percorrer, se considerarmos o que j� foi feito e o muito que ainda temos a construir, dada a amplid�o e complexidade do mundo esportivo.

    Certamente, nessas �ltimas d�cadas acumulou-se muita informa��o sobre indiv�duos e grupos que praticam esporte ou atividade f�sica sem que isso impliquebetmotion 5 reaisconclus�es ou respostas irrefut�veis.

    Sei que no �mbito da psicologia no Brasil essa discuss�o � ainda mais nova, tanto do ponto de vista do interesse como da produ��o, o que aumenta a necessidade de ampliarmos a discuss�o e formarmos pessoas para uma atua��o competente,como j� temosbetmotion 5 reaisoutras �reas da psicologia.

    Falar de Psicologia do Esporte significa falar de uma �reabetmotion 5 reaisconstru��o que soma conhecimento de duas grandes �reas - a Psicologia e o Esporte - e tanto uma como a outra n�o apresentam uma concord�nciabetmotion 5 reaisseus pontos de vista, e t�m uma gama imensa de objetos de estudo e pesquisa.

    O reflexo disso � que, como psic�loga do esporte, aprendi ser imprescind�vel adentrar nesse mundo, conhecendo as modalidades, o fen�meno e as institui��es esportivas para poder pensar numa pr�tica.

    Espero que esse texto tenha mostrado que a pr�tica cl�nica, pura e simples, � insuficiente para uma interven��o nesse campo e quanto mais estivermos abertos para o entendimento da psicodin�mica de atletas e grupos esportivos, mais estaremos contribuindo para a constru��o da �rea tanto no que se refere a atua��o como a pesquisa.

    Recebidobetmotion 5 reais12/02/99

    Aprovadobetmotion 5 reais12/04/99Katia Rubio

    Professora Assistente da Escola de Educa��o F�sica e Esporte do Universidade de S�o Paulo.

    Psic�loga, mestrebetmotion 5 reaisEduca��o F�sica e doutoranda pela Faculdade de Educa��o da USP Conselheira efetiva do Regional 06

    A Psicologia do Esporte vem se somar � Antropologia, Filosofia e Sociologia do esporte compondo as chamadas Ci�ncias do Esporte.

    Implicadabetmotion 5 reaisseus prim�rdios com aspectos mais biol�gicos, hoje, a Psicologia do Esporte vem estudando e atuandobetmotion 5 reaissitua��es que envolvem motiva��o, personalidade, agress�o e viol�ncia, lideran�a, din�mica de grupo, bem-estar de atletas caracterizando-se como um espa�o onde o enfoque social, educacional e cl�nico se complementam.

    Que a Psicologia enquanto ci�ncia e profiss�o tenha ampliado seus horizontes, dividindo espa�obetmotion 5 reaisterrit�rios exclusivos de outros profissionais ao longo dessas �ltimas d�cadas, n�o se constitui uma novidade.

    Isso pode ser visto como reflexo de um movimento que busca facilitar o di�logo entre �reas que se aproximam, mas que mant�m cada qual abetmotion 5 reaisespecificidade.

    No caso do esporte essa din�mica se repete, uma vez que a Psicologia do Esporte vem compor um espectro denominado Ci�ncias do Esporte, compostas por disciplinas como antropologia, filosofia e sociologia do esporte, no que se refere � �rea s�cio-cultural, incluindo tamb�m a medicina, fisiologia e biomec�nica do esporte, demonstrando uma tend�ncia - e uma necessidade - � interdisciplinaridade.

    Essa tend�ncia, contudo, n�o representa uma pr�tica inter-disciplinar, ainda, uma vez que as diversas sub-�reas convivem enquanto soma, mas n�obetmotion 5 reaisrela��o, fazendo com que as Ci�ncias do Esporte vivam hoje um est�gio denominado por Bracht (1995) de "pluridisciplinar".

    Temas como motiva��o, personalidade, agress�o e viol�ncia, lideran�a, din�mica de grupo, bem-estar psicol�gico, pensamentos e sentimentos de atletas e v�rios outros aspectos da pr�tica esportiva e da atividade f�sica t�m requerido estudo e atua��o de profissionais da �rea, visto que o n�vel t�cnico de atletas e equipes de alto rendimento est� cada vez mais equilibrado, sendo dada �nfase especial � prepara��o emocional, tida como o diferencial.

    Apesar da defini��o que apresentamos de campo e pap�is, nem sempre foi clara a abrang�ncia da psicologia do esporte.

    Samulski (1992), afirma que no final do s�culo XIX j� era poss�vel encontrar estudos e pesquisas relativas a quest�es psicofisiol�gicas no esporte, por�m, conforme De Rose Jr.

    (1992) ainda que houvesse estudos no campo do comportamento humano relacionado � atividade f�sica e ao esporte esses dois aspectos foram estudados durante muito tempo sob o t�tulo de psicologia do esporte, sem que houvesse uma defini��o exata do que fosse essa �rea de estudo e qual seu verdadeiro objetivo.

    Foi na d�cada de 20, de acordo com Machado (1997), que encontramos as publica��es de Schulte (Corpo e alma no desporto: uma introdu��o � psicologia do treinamento) e de Griffith (Psicologia do treinamento e Psicologia do atletismo) vindo, este segundo, a fundar o primeiro laborat�rio de pesquisa aplicada ao esporte nos Estados Unidos.

    Enquanto no Ocidente muito tempo se passou at� que fosse dada maior destaque ao estudo e pesquisa na �rea, na antiga Uni�o Sovi�tica m�todos e t�cnicas eram desenvolvidos para incrementar o rendimento de atletas e equipes.

    Durante os anos 60 a Psicologia do Esporte vive uma fase de grande produ��o e a rela��o de nomes como Cratty, Oxendine, Solvenko, Tutko, Olgivie, Singer e Antonelli, que marcaram a hist�ria da �rea com contribui��es voltadas para a psicologia social na atividade f�sica e esporte, culminandobetmotion 5 reaisv�rias publica��es que influenciam trabalhos at� os dias de hoje (Wiggins 1984; Willians et al, 1991).

    Foi tamb�m durante esse per�odo que se organizou a primeira institui��o com o objetivo de congregar pessoas interessadas na psicologia do esporte.

    Surgiu, ent�o, a International Society of Sport Psychology (ISSP), presidida pelo italiano Ferruccio Antonelli, que al�m de ter como principal publica��o o International Journal of Sport Psychology, passou a realizar reuni�es bienais com o objetivo de divulgar trabalhos na �rea, al�m de promover o interc�mbio entre os investigadores.

    Preocupados com distanciamento que a ISSP vinha tomando da �rea acad�mica, um grupo de pesquisadores fundou,betmotion 5 reais1968, a North American Society for the Psychology of Sport and Physical Activity (NASPSPA), cujo foco de estudo e atua��o reca�a sobre aspectos do desenvolvimento, da aprendizagem motora e da psicologia do esporte, tendo como principal peri�dico o Journal of Sport and Exercise Psychology.

    Mais do que demarcar posi��es, essas distens�es vieram a refletir,betmotion 5 reaiscerta medida, o que vem se passando na Psicologia do Esporte nas �ltimas d�cadas.

    Martens (1987) afirmou que seria poss�vel ver profissionaisbetmotion 5 reaisdois campos distintos de atua��o: no primeiro deles estaria a Psicologia do Esporte acad�mica, cujo interesse profissional recairia sobre a pesquisa e conhecimento da disciplina Psicologia do Esporte; no segundo estaria a Psicologia do Esporte aplicada pr�xima do campo de atua��o e interven��o.

    Al�m das quest�es acad�micas envolvidas nesse debate (ou seria embate?) estas divis�es refletem a prepara��o e as possibilidades de atua��o dos profissionais junto a esse campo de atua��o, que se, por um lado representa um certo corporativismo, por outro indica a abertura de uma �rea.

    Observamos, assim, o surgimento e desenvolvimento de um campo denominado Psicologia do Esporte, muito pr�ximo da atividade f�sica e do lazer, sendo inclusive componente curricular dos cursos de Educa��o F�sica, por�m, mantendo um distanciamento da Psicologia enquanto 'ci�ncia m�e'.

    Apesar disso, temos assistido nesta �ltima d�cada a uma 'descoberta' da Psicologia do Esporte como �rea de atua��o emergente para psic�logos que, diante de uma demanda crescente, enfrentam grandes dificuldades para intervir adequadamente, j� que os cursos de gradua��obetmotion 5 reaisPsicologia ainda n�o formam nem qualificam o graduando para esta possibilidade de pr�tica.

    As V�rias �reas de Atua��o

    Como visto anteriormente, a psicologia do esporte, ainda que se utilize desta denomina��o n�o � um terreno exclusivo de psic�logos, isso porque a forma��o dos profissionais n�o � formalmente determinada.

    Brand�o (1995) observa que por ser disciplina regularmente oferecida somente na gradua��o dos alunos de Educa��o F�sica isto significa que o delineamento do que faz um profissional da Psicologia do Esporte e que forma��o ele necessita, ainda, n�o est�o claros.

    Prova disto, � que encontramos engenheiros, m�dicos, professores de Educa��o F�sica e profissionais de outra forma��o universit�ria, trabalhando e at� mesmo 'treinando mentalmente' atletas" (p.140).

    Mais do que uma defesa corporativista essa afirma��o vem refletir a dificuldade de constru��o e defini��o do papel profissional daqueles que se v�em atuando num campo marcado pelo empirismo.

    N�o � de se estranhar o grande n�mero de pessoas que, por conta de seu sucesso como ex-atleta tenha vindo a se tornar t�cnico ou treinador, mesmo sem uma prepara��o acad�mica adequada para isso.

    Ali�s, as quest�es relacionadas ao papel e identidade profissional (Tani, 1996) t�m sido uma das grandes discuss�es que envolve o mundo da Educa��o F�sica e Esporte na atualidade.

    Lesyk (1998) aponta quebetmotion 5 reais1983 o Centro Ol�mpico Americano indicou tr�s possibilidades de atua��o para os profissionais da �rea: o cl�nico, profissional capacitado para atuar com atletas e/ou equipes esportivas,betmotion 5 reaisclubes ou sele��es, cuja prepara��o espec�fica envolve conhecimentos da �rea de Psicologia e do Esporte, n�o bastando apenas a forma��obetmotion 5 reaisPsicologia ou Educa��o F�sica; o pesquisador, cujo objetivo � estudar ou desenvolver um determinado conhecimento na Psicologia do Esporte sem que haja uma interven��o direta sobre o atleta ou equipe esportiva; e o educador que desenvolve a disciplina Psicologia do Esporte na �rea acad�mica seja na psicologia, seja na Educa��o F�sica.

    Nos dois �ltimos casos n�o se exige forma��o espec�fica do profissional.

    Al�m da defini��o da possibilidade de atua��o profissional, Singer (1988) aponta para outros desdobramentos no campo de atua��o profissional do psic�logo do esporte, fornecendo os seguintes modelos: o especialistabetmotion 5 reaispsicodiagn�stico - faz uso de instrumentos para avaliar potencial e defici�nciasbetmotion 5 reaisatletas; o conselheiro - profissional que atua apoiando e intervindo junto a atletas e comiss�o t�cnica no sentido de lidar com quest�es coletivas ou individuais do grupo; o consultor - busca avaliar estrat�gias e programas estabelecidos, otimizando o rendimento; o cientista - produz e transmite o conhecimento da e para a �rea; o analista - avalia as condi��es do treinamento esportivo, fazendo a intermedia��o entre atletas e comiss�o t�cnica; o otimizador - com base numa avalia��o do evento esportivo busca organizar programas que aumentem o potencial de performance.

    Diante da diversidade de atua��es � de se esperar que o profissional que atuabetmotion 5 reaisPsicologia do Esporte tenha tamb�m uma diversidade de forma��o.

    Al�m do conhecimento espec�fico trazido da Psicologia como o uso de instrumentos de diagn�stico e modelos de interven��o, espera-se e exige-se que o profissional tenha um vasto conhecimento das quest�es que permeiam o universo do atleta, individualmente, como no��es de an�tomo-fisiologia e biomec�nica, e espec�ficas do esporte, como as modalidades esportivas e regras, bem como din�mica de grupos esportivos.

    Esse corpo de conhecimento se faz necess�rio na medidabetmotion 5 reaisque se atua com indiv�duos e/ou grupos que t�mbetmotion 5 reaisdin�mica limitada pelo contexto vivido, ou seja, os treinamentos, as competi��es e a intera��o com um meio restritivo com per�odos de isolamento e concentra��o ou alojamentos conjuntos.

    Samulski (1992) destaca a necessidade de uma forma��o abrangente apontando como sendo quatro os campos de aplica��o da Psicologia do Esporte:

    O esporte de rendimento que busca a otimiza��o da performance numa estrutura formal e institucionalizada.

    Nessa estrutura o psic�logo atua analisando e transformando os determinantes ps�quicos que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo esportivo.

    O esporte escolar que tem por objetivo a forma��o, norteada por princ�pios s�cio-educativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer.

    Neste caso, o psic�logo busca compreender e analisar os processos de ensino, educa��o e socializa��o inerentes ao esporte e seu reflexo no processo de forma��o e desenvolvimento da crian�a, jovem ou adulto praticante.

    J� o esporte recreativo visa o bem-estar para todas as pessoas.

    � praticado voluntariamente e com conex�es com os movimentos de educa��o permanente e com a sa�de.

    O psic�logo, nesse caso, atua na primeira linha de an�lise do comportamento recreativo de diferentes faixas et�rias, classes - s�cio econ�micas e atua��es profissionaisbetmotion 5 reaisrela��o a diferentes motivos, interesses e atitudes.

    Por fim o esporte de reabilita��o desenvolve um trabalho voltado para a preven��o e interven��obetmotion 5 reaispessoas portadoras de algum tipo de les�o decorrente da pr�tica esportiva, ou n�o, e tamb�m com pessoas portadoras de defici�ncia f�sica e mental.

    Se at� aqui nos deparamos com o campo de atua��o profissional do psic�logo do esporte, falaremosbetmotion 5 reaisseguida do campo de interven��o junto a atletas individuais e equipes esportivas.

    Vale ressaltar que o que pretendemos aqui � uma apresenta��o dos temas relevantes e n�o a explora��o de cada um deles especificamente, visto a abrang�ncia da �rea e a qualidade, cada vez maior, da bibliografia, muitas vezes espec�fica, de cada um dos pontos levantados.

    Medidas de Avalia��o e Caracteriza��o Psicol�gica

    O estudo da rela��o entre tipo de personalidade e a escolha de uma modalidade esportiva tem sido objeto de estudo de um grande n�mero de pesquisadores (Fischer, 1984; Silva, 1984; Vealey, 1992; Weinberg & Could, 1995).

    Partindo, quase sempre, do conceito de personalidade enquanto diferen�a individual, os estudos nessa �rea s�o controversos e, por vezes, confusos, uma vez que, al�m da diverg�ncia sobre o que � personalidade - caracter�stica subjetiva ou comportamental? - no �mbito da Psicologia, temos, no Esporte uma ansiedade pela busca de um padr�o ou modelo que venha caracterizar o atleta de alto rendimento.

    Das quest�es relacionadas a m�todos e t�cnicas at� a rela��o entre tipologia e escolha e pr�tica de determinadas modalidades esportivas ainda n�o se chegou a respostas conclusivas ou explicativas suficientes para satisfazer a t�cnicos e atletas ou mesmo aos estudiosos do assunto.

    Diante dos v�rios modelos adotados no estudo da personalidade, Silva (1984) destaca tr�s perspectivas: a determinista - pouco adotadabetmotion 5 reaisPsicologia do Esporte, pr�xima da psicodin�mica que tem como refer�ncia autores como Freud, Jung, Adler; o tra�o - a personalidade dotada de caracter�sticas relativamente constantes que diferencia uma pessoa das demais, baseando-sebetmotion 5 reaisautores como Allport; e a interacional - que busca compreender a personalidade a partir da integra��o das influ�ncias pessoais com as do meiobetmotion 5 reaisque a pessoa est� inserida, tendobetmotion 5 reaisBandura um dos te�ricos referenciais.

    Essa �ltima perspectiva tem sido a mais adotadabetmotion 5 reaispesquisas na �ltima d�cada.

    Um dado comum nos estudos relacionados a esse assunto � que ainda que a personalidade seja caracterizada pela composi��o individual dos tra�os de um sujeito, no esporte esse assunto ganha contornos pr�prios quando encontramos um perfil comum naquilo que se refere � conquista e ao �xito.

    Intrigados por essas quest�es Messias & Pelosi (1997) realizaram um estudo onde se evidenciou que ainda que existam in�meras diferen�as individuais, h� um perfil comum a atletas que apresentam caracter�sticas como auto-confian�a, melhor concentra��o, preocupa��o positiva pelo esporte, determina��o e compromisso.

    De acordo com Vealey (1992) o est�gio atual de conhecimento na �rea tem demonstrado uma preocupa��obetmotion 5 reaisdescrever caracter�sticas psicol�gicasbetmotion 5 reaisatletas, a influ�ncia da personalidade no comportamento esportivo, bem como transforma��es da personalidade, e baseado numa vasta revis�o bibliogr�fica aponta algumas conclus�es gerais sobre as pesquisas realizadas na �rea.

    N�o h� evid�ncias, pelos estudos, de que exista uma "personalidade de atleta".

    As pesquisas n�o s�o conclusivas sobre a exist�ncia de um tipo de personalidade que distinga atletas de n�o-atletas.

    Tamb�m n�o s�o conclusivos os estudos que apontam para as diferen�as entre personalidade e os sub-grupos esportivos (esporte individual x esporte coletivo, esporte de contato x esporte de n�o contato).

    O autor destaca ainda que o sucesso no esporte pode influenciar a sa�de mental do indiv�duo, facilitando a pr�priocep��o positiva e produzindo estrat�gias cognitivas de sucesso, o que n�o representa mudan�a na personalidade tra�o.

    As diferen�as individuais na Psicologia do Esporte tamb�m s�o estudadas a partir de outros temas que n�o s� a personalidade.

    Outra quest�o que intriga psic�logos e pesquisadores relaciona-se ao motivo que leva um atleta � procura pelo esporte e a din�mica envolvida na ader�ncia a essa pr�tica.

    Numa defini��o cl�ssica do termo (Sage, 1977) motiva��o � entendida como a dire��o e intensidade de um esfor�o.

    No contexto esportivo a dire��o do esfor�o refere-se tanto � busca individual de um objetivo quanto aos atrativos de determinadas situa��es.

    J� a intensidade do esfor�o refere-se ao grau de energia que uma pessoa despende no cumprimento de uma situa��o particular.

    No entender de Weinberg & Gould (1995) ainda que pr�ximas, dire��o e intensidade, do ponto de vista te�rico, devem ser separadas.

    Ainda assim, a motiva��o pode afetar a sele��o, intensidade e a persist�ncia de um indiv�duo, que, no caso do esporte, interfere diretamente na qualidade da performance do atleta.

    Destacamos da literatura (Brawley & Roberts, 1984; Weinberg, 1984; Weinberg & Gould, 1995; Weiss & Chaumeton, 1992) que o n�vel de motiva��o de um atleta � determinado pela intera��o de fatores pessoais como personalidade, necessidades, interesses e habilidades, assim como fatores situacionais espec�ficos como facilidade na pr�tica, tipo de t�cnico ou orienta��o para a vit�ria ou fracasso da equipe.

    A aprecia��o dessas quest�es pode auxiliar na compreens�o de diferentes situa��es num mesmo jogo, j� que alguns atletas podem se sentir mais motivados se criticados ou punidos enquanto outros podem se frustrar, deprimir ou mesmo exprimir grande raiva.

    Samulski (1992) denomina os tra�os internos de motiva��o intr�nseca que consiste na capacidade desenvolvida pelo pr�prio atleta para a realiza��o de um interesse.

    Esses determinantes podem ser designados como vontade, desejo, determina��o, que muitas vezes podem contrastar com situa��es externas adversas que dificultariam seu cumprimento.

    J� a motiva��o extr�nseca � aquela referenciadabetmotion 5 reaisfatores externos como o reconhecimento social, o elogio, premia��es que interferem e/ ou determinam uma conduta.

    O autor sustenta que para o esporte, especialmente para o esporte de alto rendimento, � de fundamental import�ncia o desenvolvimento da motiva��o para o rendimento.

    Por determinantes internos entende aqueles fatores de ordem subjetiva como n�vel de aspira��o, hierarquia de motivos, motiva��o do rendimento e atribui��es causais que podem interferir ou determinar o resultado de uma a��o �betmotion 5 reaispr�pria capacidade ou a seus pr�prios esfor�os.

    J� os determinantes externos est�o relacionados ao meio socialbetmotion 5 reaisque o atleta est� inserido e que se manifestam na forma de incentivos ou dificuldades e problemas.

    Ainda com rela��o ao que estamos denominando caracter�sticas e diferen�as individuais, encontramos um grande n�mero de trabalhos voltados para o estudo da ansiedade e do stress no esporte (Brand�o & Matsudo, 1990; Davids et al, 1995; De Rose Junior & Vasconcellos, 1997; Gould & Krane, 1992; Hackfort & Schwenkmezger, 1993; Martens et al, 1990; Sonstroem, 1984).

    Esses conceitos - e estados - de dif�cil descri��o, por�m percept�veisbetmotion 5 reaisqualquer situa��o competitiva, tamb�m n�o s�o consensuais entre psic�logos e pesquisadores.

    � comum ouvir relatos de atletas onde h� uma percep��o da performance sendo afetada pelo que chamam ansiedade ou excita��o antes e durante as competi��es, e para poder controlar essas situa��es desenvolvem as mais variadas estrat�gias.

    O que encontramos na literatura � a necessidade de um estado m�nimo de disposi��o para a competi��o chamada de ativa��o, havendo uma rela��o pr�xima entre o n�vel de ativa��o - que tamb�m envolve ansiedade - e performance.

    Mesmo que os pesquisadores n�o sejam capazes de especificar qual o n�vel �timo de ativa��o sabe-se que ela � necess�ria e vari�vel de atleta para atleta.

    Ansiedade � definida por Could & Krane (1992) como o impacto emocional ou dimens�o cognitiva da ativa��o.

    Sonstroem (1984) afirma que ansiedade tem sido estudada no esporte partindo de seus efeitos emocionais negativos.

    Por�m, a partir de estudos realizadosbetmotion 5 reaisfisiologia e psicologia tem-se demonstrado que um determinado tipo de ansiedade � necess�rio para a prontid�o na execu��o de algumas tarefas.

    Esse estado � chamado de ativa��o.

    Num texto cl�ssico da �rea Spielberg (1972) notou que para a teoria da ansiedade ser adequada � necess�rio diferenciar entre ansiedade como um estado de disposi��o de �nimo e como um tra�o de personalidade.

    O autor define ansiedade estado (A state) como um estado emocional caracterizado como subjetivo, consci�ncia da percep��o de sentimentos de apreens�o e tens�o, acompanhado pela associa��o com o sistema nervoso aut�nomo (p.17).

    Essa condi��o varia conforme o momento e flutua proporcionalmente para perceber como reagir dentro de uma situa��o imediata.

    Ansiedade tra�o (A trait), por outro lado, � um motivo ou h�bito - disposi��o comportamental - que predisp�e um indiv�duo a perceber uma ampla gama de circunst�ncias n�o-perigosas objetivamente como amea�adoras e para responder a isso com rea��es desproporcionais de ansiedade estadobetmotion 5 reaisintensidade e magnitude de perigo (p.7 7).

    O termo stress tem sido utilizado, muitas vezes, como sin�nimo de ansiedade.

    Martens (1977) afirma que stress � um processo que envolve percep��o de um desequil�brio substancial entre a demanda do meio e a capacidade de resposta, dentro de condi��es onde o fracasso � percebido como tendo importantes conseq��ncias sendo respondido com aumento de n�veis de ansiedade-estado (p.9).

    Esta afirma��o delineia o stress como um influ�ncia do meio mediada pela percep��o e ansiedade como manifesta��es cognitivas de stress.

    De acordo com o que foi exposto os conceitos de ativa��o, ansiedade e stress no esporte caminham lado a lado, e as discuss�es apontam no sentido de investigar qual o n�vel �timo -ou aceit�vel - para um bom desempenho, ou dir�amos, para a manuten��o de uma boa qualidade de vida para o atleta.

    Intera��o Social e Din�mica de Grupos Esportivos

    Estudiosos que se dedicam ao estudo dos grupos procuram destacar a diferen�a entre grupo e um conjunto de indiv�duos.

    Neste sentido, Andrade (1986) afirma que grupo � um conjunto de indiv�duos que se re�ne por ou para alguma coisa.

    � uma situa��o indeterminada com dois referenciais: um problema comum e o conhecimento entre as pessoas.

    Equipes esportivas v�m compor esse universo grupai na medida que se constituem, de acordo com Pichon-Rivi�re (1991), num espa�o de aprendizagem que implicabetmotion 5 reaisinforma��o, emo��o e produ��o, centrando-se, de forma expl�cita, numa tarefa e a participa��o atrav�s dela permite n�o s�betmotion 5 reaiscompreens�o, mas tamb�mbetmotion 5 reaisexecu��o.

    Na constitui��o dos grupos esportivos temos claro a necessidade da explicita��o daquilo que Pichon-Rivi�re (1991) chama de tarefa, que n�o � aqui apenas o movimento para o trabalho, mas a compreens�o de seu objetivo - aquilo que se poderia chamar de conscientiza��o - processo e finalidade.

    Sendo assim, as etapas de prepara��o para um torneio s�o, cada uma delas, uma nova tarefa, que compreendidas e incorporadas pelo atleta permitembetmotion 5 reaisexecu��o, de forma desalienada, podendo culminar no seu sucesso.

    Isso refor�a o pensamento de Rioux & Chappuis (1979) que observaram que toda equipe esportiva se apresenta como um paradigma da vida humana, distribu�dabetmotion 5 reaisminisociedades.

    T�cnicos e atletas,betmotion 5 reaistodas as dimens�es do rendimento, procuram dedicar boa parte do tempobetmotion 5 reaisbusca de conhecimento e aprimoramento de suas habilidades de comunica��o, coopera��o e de conviv�ncia mediadas por aquilo que �, sem d�vida, a maior qualidade das equipes: ser coesa, eficiente e eficaz.

    Autores como Loy & Jackson (1990), Widmeyer et al (1993) e Hanrahan & Gallois (1993) entre outros t�m postulado que uma equipe esportiva � mais que a soma de valores individuais e que o time com melhor performance n�o � composto, necessariamente, pelos melhores jogadores destacadosbetmotion 5 reaissuas fun��es, representando que n�o � apenas a qualidade individual que se necessita para formar uma equipe com probabilidade de �xito.

    O mais importante � a capacidade de coordena��o de cada um dos valores que entrambetmotion 5 reaisjogo - rela��es humanas, aspectos t�cnicos e t�ticos e determinantes biol�gicos - uma vez que o resultado somente se dar� com a soma desses valores.

    Ao abordar equipes esportivas Rubio e Sim�es (1998) referem-se n�o apenas ao conjunto de indiv�duos que se agrupam por dimens�es temporais e espaciais, mas ao complexo conjunto de fatos objetivos e subjetivos que tornam um grupo efetivo e desejoso de alcan�ar suas metas, sejam elas uma atua��o adequadabetmotion 5 reaisum partida, a vit�ria ou apenas uma boa coloca��obetmotion 5 reaisum campeonato.

    Uma quest�o importante, que se coloca hoje, � se o rendimento de uma equipe esportiva � t�o efetivo quanto abetmotion 5 reaiscomposi��o, incluindo a� talento coletivo, habilidades e capacidades individuais.

    As intera��es tornam-se mais complexas quando o n�mero de participantes do grupo aumenta, representando uma grande dificuldade para t�cnicos no trabalho com equipes esportivas.

    Na �tica de Russel (1993) a coes�o � tida pelos t�cnicos como a principal caracter�stica de uma equipe, o requisito mais importante para se obter sucesso, tendo no conflito externo um fator de incremento da coes�o interna.

    Para Carron (1982) coes�o � um processo din�mico que se reflete na tend�ncia do grupo de permanecer junto e se manter unido na busca de seus objetivos e metas.

    Nessa perspectiva o autor prop�e um modelo com quatro categorias que antecedem o desenvolvimento da coes�o:

    Determinantes Situacionais

    Refere-se a vari�veis impostas pelo meio que interferem diretamente na coes�o.

    Exemplos dessas situa��es s�o as renova��es de contratos, mudan�as nas regras da modalidade, pr�mios oferecidos por vit�rias.

    Al�m desses fatores quest�es como idade e origem podem desempenhar papel fundamental na aproxima��o dos membros da equipe.

    Fatores Pessoais

    S�o caracter�sticas individuais dos membros do grupo que podem interferir na coes�o.

    Inclui-se aqui a identifica��o com a tarefa e a auto-motiva��o.

    Estilos de Lideran�a

    � a complexa intera��o entre a lideran�a desempenhada pelo t�cnico e os atletas.

    Inclui o estilo de lideran�a e comportamentos apresentados e a rela��o com o grupo.

    Determinantes Grupais

    Refere-se �s caracter�sticas da tarefa identificadas nas modalidades individuais e coletivas, �s normas de produtividade do grupo, desejo de sucesso e estabilidade da equipe.

    Sendo assim, os grupos que permanecem juntos por longo tempo e t�m um forte desejo de sucesso apresentam n�veis mais elevados de coes�o.

    Por�m, o sucesso do grupo n�o reside apenas na coes�o.

    Russel (1993) afirma que o desenvolvimento da coes�o s� ser� efetivo se o grupo enquanto uma inst�ncia independente e auto-suficiente, possuir uma estrutura efetiva de lideran�a.

    De acordo com Martens (1987) a lideran�a efetiva � determinada pelo estabelecimento de objetivos e metas concretas, constru��o de um ambiente social e psicol�gico favor�vel, instru��o de valores e motiva��o dos membros para que se alcance os objetivos e metas e comunica��o com outros atletas.

    A lideran�a nos grupos esportivos apresenta-se de uma maneira um pouco mais complexa.

    Isso porque temos o l�der externo - na figura do t�cnico - e o l�der interno - representado, muitas vezes, pela figura do capit�o (Rubio, 1998).

    O reconhecimento desse movimento de dupla lideran�a pode representar o sucesso da equipe esportiva, uma vez que elas n�o se sobrep�em, mas se completam e complementam.

    T�cnico e capit�o desempenham pap�is distintos e complementares e ambos representam lideran�as.

    Em suma, lideran�a refere-se a influ�ncia que um indiv�duo exerce sobre seus companheirosbetmotion 5 reaistorno de um objetivo, representado no esporte pela rela��o t�cnico-atleta.

    Considera��es Finais

    Ao longo desse texto busquei apresentar e comentar aquilo que hoje vem chamando a aten��o de psic�logos enquanto uma �rea emergente de atua��o.

    Nem de longe ele apresenta a totalidade dos estudos e pesquisas, mas procura mostrar como muitos estudos j� foram realizados e que, portanto, j� s�o refer�ncias para uma reflex�o e pr�tica.

    A Psicologia do Esporte, como �rea de produ��o acad�mica e de atua��o profissional, tem ainda um longo caminho a percorrer, se considerarmos o que j� foi feito e o muito que ainda temos a construir, dada a amplid�o e complexidade do mundo esportivo.

    Certamente, nessas �ltimas d�cadas acumulou-se muita informa��o sobre indiv�duos e grupos que praticam esporte ou atividade f�sica sem que isso impliquebetmotion 5 reaisconclus�es ou respostas irrefut�veis.

    Sei que no �mbito da psicologia no Brasil essa discuss�o � ainda mais nova, tanto do ponto de vista do interesse como da produ��o, o que aumenta a necessidade de ampliarmos a discuss�o e formarmos pessoas para uma atua��o competente,como j� temosbetmotion 5 reaisoutras �reas da psicologia.

    Falar de Psicologia do Esporte significa falar de uma �reabetmotion 5 reaisconstru��o que soma conhecimento de duas grandes �reas - a Psicologia e o Esporte - e tanto uma como a outra n�o apresentam uma concord�nciabetmotion 5 reaisseus pontos de vista, e t�m uma gama imensa de objetos de estudo e pesquisa.

    O reflexo disso � que, como psic�loga do esporte, aprendi ser imprescind�vel adentrar nesse mundo, conhecendo as modalidades, o fen�meno e as institui��es esportivas para poder pensar numa pr�tica.

    Espero que esse texto tenha mostrado que a pr�tica cl�nica, pura e simples, � insuficiente para uma interven��o nesse campo e quanto mais estivermos abertos para o entendimento da psicodin�mica de atletas e grupos esportivos, mais estaremos contribuindo para a constru��o da �rea tanto no que se refere a atua��o como a pesquisa.

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